Guará, no idioma tupi, significa "ave das águas".
No nosso plano físico, o Guará (Eudocimus ruber) é uma ave ameaçada de extinção, principalmente devido à devastação dos mangues na faixa tropical do oceano Atlântico, mas também pela ação de predadores da espécie e caçadores. Já no paganismo piaga, a ave é a própria manifestação de um ser encantado, classificado como uma entidade "Caruana".
No Brasil indígena pré-cabralino o vermelho de penas de guará eram reservadas como distintivas de cocar dos caciques. Na cultura tradicional marajoara, ele é totem dentre outros da paisagem cultural insular. Símbolo de energias telúricas denominadas "caruanas" na Encantaria regional, pela arte e ciência de pajés.
Acredita-se que na natureza existem vários caruanas, quue atuam como guardiões e habitantes espirituais de locais específicos. Os Caruanas são energias viventes nas águas e as práticas de pajelança são formas de promover o encontro entre o homem e essas energias da natureza.
Segundo a crença nos Caruanas, Aguaguara é a energia primeira que veio para a terra com a missão de dar cor a tudo. Coloriu de um vermelho intenso a ave guará e por isso foi chamada de Aguaguara. O guará é também a ave guardiã do Delta do Parnaíba, entre o Piauí e o Maranhão. Ave Sagrada, mágica e protetora.
Ouça aqui a música do grupo piauiense "Bixo de Sete kabeças", em homenagem a Ave Guará.
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