Senhor Babaçu: Guardião da Força e Coragem

Mestre Babaçu e Senhora Carnaúba

Na maioria das culturas pagãs e xamânicas, as árvores são sagradas e, para o nordestino que convive no bioma da mata de cocais, as palmeiras possuem uma importância vital, constituindo fontes de alimento e servindo aos mais variados usos. 

Mata de Babaçus

Dentre as palmeiras sagradas no paganismo piaga, destacam-se a Carnaúba e o Babaçu. A Carnaúba é a própria árvore da vida, da qual tudo se aproveita. É personificada no arquétipo da Senhora da Carnaúba, divindade da providência, a árvore materna, cultuada na linha piaga.

O Senhor Babaçu - ou mestre Babaçu - é o arquétipo divino da palmeira Orbignya phalerata, abundante na região da mata de cocais, nordeste brasileiro. É o espírito divino, guardião da palmeira Babaçu, que permite sua utilização pelos homens e animais. Com um aspecto mais masculino, o Senhor Babaçu é um símbolo de força, resistência e coragem.

O homem sertanejo e os povos indígenas são íntimos dessa palmeira sagrada, pois conhecem bem seus segredos e a utilizam desde antes da colonização europeia no Brasil. 

Cacho de coquinhos do Babaçu

Com cerca de 20 metros de altura, o imponente Babaçu concede seus talos lenhosos para construção de casas típicas do nordeste, enquanto que as folhas inteiras são utilizadas para cobri-las. É a árvore que dá casa e comida para muitas comunidades no meio norte do Brasil, com sua matéria prima rica e abundante. 

Com cerca 2.000 coquinhos produzidos por cada palmeira, anualmente, é possível extrair o leite do babaçu e o óleo de suas amêndoas, ambos usados na alimentação. A partir do óleo também se produz sabonete. 

A casca do coco pode ser aproveitada para produção de carvão. A palha é amplamente utilizada para a produção de artesanato. 

Dessa forma o Babaçu é uma fonte de alimento, de remédio, de sombra, além de ser matéria prima para artesanato, construção e inúmeros outros usos.

O Senhor Babaçu é o mestre piaga que rege a coragem, a força, a resistência, a proteção e o entusiasmo. É um símbolo de sacrifício e bravura. Seus coquinhos são como cápsulas de magia, que podem ser encantados em diversas práticas mágicas.

Óleo extraído do coco Babaçu, utilizado na culinária