O termo pajelança pode ser aplicado à diversas práticas de magia que utilizam elementos indígenas nativo-brasileiros. Temos duas formas de pajelança: a pajelança indígena (rituais indígenas) e a pajelança cabocla, que são práticas mágicas apenas com influência indígena, comuns no Norte e Nordeste brasileiro.
Na tradição da encantaria do norte/nordeste, utilizamos o termo "pajelança" qualquer ritual de cura em que sejam utilizados elementos mágicos herdados da tradição indígena, como maracá, cumbucas, beberagens, defumações, cachimbaradas e outras práticas tradicionais.
A pajelança encontrada no Piaganismo pode ser classificada como um tipo de pajelança cabocla.
Não é preciso viver numa aldeia indígena ou receber "iniciação numa cerimônia formal" para praticar pajelança cabocla. Para praticar tais ritos, o curandeiro pode ser orientado por outros praticantes mais experientes ou por familiares, caso venha de família com essas práticas.
Pesquisas de campo, leituras, meditações, práticas espirituais individuais e coletivas ajudam a aperfeiçoar os dons de pajelança. Acima de tudo, é importante honrar com fé e respeito as ancestrais piagas.
Na pajelança cabocla, os mestres mortais são muito importantes e respeitados, mas os maiores mestres do aprendiz estão no reino do Encante.
Como instrumentos que auxiliam nas práticas de pajelança piaga, são utilizados banhos de ervas, sacudimentos com folhas encantadas, defumações em locais ou no corpo do necessitado, encantos e imposição de mãos, com cânticos. O maracá, a cumbuca e as folhas são elementos básicos dessas práticas.
Para conhecer um pouco mais sobre a pajelança, veja o documentário "Sabedoria da Mata", que aborda o tema.
Aweté!
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