A maioria dos sistemas religiosos nutre a crença em uma determinada teoria sobre a organização do Cosmo, com todas as suas moradas espirituais. O Cosmo é o próprio universo e seu espaço, constituído por matéria e energia. A Cosmologia Piaga é a forma como a tradição piaga entende as formas de ordenação de tudo o que está dentro do Espaço Universal.
A palavra Cosmo vem do grego kósmos, que está ligado ao significado de "ordem", "organização","beleza", e "harmonia". Ou seja, o termo é utilizado para designar o universo em seu conjunto, organizado de forma harmônica. Como já foi definido pelo astrônomo Carl Sagan, podemos entender o Cosmo como sendo "tudo o que já foi, tudo o que é e tudo que será".
De acordo com a Cosmologia Piaga o universo possui três grandes divisões principais, são elas:
1. O Universo Físico
2. O Universo Espiritual
3. O Universo Divino

Paralelamente ao Universo Físico também podem coexistir e interagir seres de outros Reinos, por isso ocorrem contatos de humanos com Deuses, Elementais, Encantados e outros seres. Nada no Cosmo é totalmente isolado e incontatável.

Na tradição piaga, acredita-se que cada indivíduo, após desencarnar, é encaminhado para uma determinada morada espiritual, que pode variar de acordo com o estado vibracional na alma no momento da morte. Por exemplo, se uma pessoa morre em paz consigo mesmo, tendo cumprido sua missão no Universo Físico e tendo agido sem ferir suas condutas morais (variáveis de acordo com o meio), essa alma será encaminhada para uma "morada" com vibrações semelhantes, uma espécie de "Paraíso".
Se a pessoa desencarna com a alma "poluída", com muitas pendências no Universo Físico, a mesma não consegue se desprender deste reino, podendo ser "puxada" para moradas espirituais inferiores. Pode acontecer também da pessoa "se encantar", ou seja, não passar por uma morte total, mas sim por um processo de "encantamento", se tornando um habitante do "Encante", espaço que fica na intercessão entre os mundos dos vivos e dos mortos.
De acordo com essa visão, não são excluídos outros conceitos de "morada espiritual pós-morte", pois cada alma pode ir para onde se "encaixa" energeticamente, podendo seguir para habitar o céu, o inferno, o umbral, o tártaro, os campos elísios, o submundo, o Midgard, e assim por diante.

Entre o Mundo dos Deuses e o Mundo Material há o Reino dos Espíritos da Natureza (ou elementais), que são centelhas divinas manifestadas em criaturas intimamente ligadas às forças da Natureza. De acordo com a visão da tradição piaga, não são espíritos de humanos, pois possuem uma natureza diferente e peculiar. Elementais são confundidos com encantados, pois esses últimos também podem ter como "espaços de manifestação" ambientes bem naturais. Os elementais são como seres do Universo Divino atuando no Universo Físico.
Entre o Universo Físico e o Universo Espiritual existem os "Reinos de Encante", universos paralelos habitados pelos homens que se encantam no momento da fase de transição entre a vida para a morte, entre o Mundo Físico e o Mundo Espiritual.
Também existem as zonas de transição, onde ocorrem ascensão de almas para reinos superiores ou "divinos". É nesses pontos onde ocorre a reciclagem e transformação das energias do cosmo.
Também existem as zonas de transição, onde ocorrem ascensão de almas para reinos superiores ou "divinos". É nesses pontos onde ocorre a reciclagem e transformação das energias do cosmo.
Essa cosmologia nos permite visualizar um "mapa do além", permite que os adeptos tenham uma ideia sobre a fase pós-morte. Além disso, a Cosmologia Piaga nos ajudar a identificar as forças que atuam dentro do nosso culto espiritual, como os Deuses, Espíritos, Encantados, Elementais, Ancestrais, dentre outros. Vale lembrar que existem muitas intercessões entre os Reinos e Moradas, que podem estar além da compreensão humana, mas dentro da perspectiva da tradição piaga, há abertura para infinitas ampliações no "mapa" da cosmologia, já que não são encerradas as possibilidades através da imposição de fronteiras no universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário